quarta-feira, 30 de julho de 2008

Eleições: votar é pouco, temos é que participar!

“Na luta do povo, muitas vezes é preciso superar
o pessimismo da razão com o otimismo da vontade”
Flaviano Cardoso*
A realidade política do país não está fácil. Além de conviver com uma profunda desilusão por conta dos que abandonaram um projeto de profundas mudanças sociais e ruptura com a ordem reacionária que a séculos governa o nosso país, ainda temos que assistir de camarote a desmoralização rasteira recheada pela corrupção e pela entrega da nossa nação aos interesses mesquinhos daqueles que só vêem a política como um caminho fácil para garantir os seus interesses pessoais. Essa realidade traz para alguns uma saída fácil e cômoda: “se todos os políticos são todos iguais, pro inferno com as eleições! Meu voto é nulo”.

Essa opção, longe de se constituir numa saída, se resume a jogar na vala comum toda a expectativa que a parcela infinitamente majoritária da sociedade possui, de ver emergir durante o período eleitoral, alternativas reais, programáticas e sinceras de quem teima em acreditar que é possível construir um mundo melhor. Para estes, as eleições, longe de ser um espaço de auto-promoção, são um fértil momento de apresentar projetos, construídos a partir do desejo de mudança e das necessidades reais de quem convive cotidianamente com a injustiça provocada pelos desmandos da nossa ordem social, tão excludente e opressora.

Estamos entre aqueles que fazem de sua própria vida a convicção de que é preciso utilizar de todos os meios possíveis para resistir aos ataques contra os direitos do povo trabalhador, da juventude pobre e de todas as minorias que sofrem na pele com a opressão e a discriminação de quem explora o suor e o sangue da humanidade.
Não temos dúvida que as eleições no sistema atual, não foram projetadas para garantir a igualdade e a democracia. Mas também é certo que este é um dos momentos privilegiados, em que temos as condições de criticar os que nos oprimem e nos exploram. É o momento de apresentar a toda a população, de uma só vez, as propostas que representam os nossos mais profundos desejos e necessidades. Se nos prepararmos e participarmos de forma qualificada deste momento em que todos estão atentos para os rumos que irão tomar o nosso país e a nossa cidade estaremos dando muito mais do que apenas um voto. Saberemos onde estão os nossos aliados, quantos somos, e estaremos construindo, independente do resultado das eleições, as condições necessárias para - através da luta – apresentar as bases de uma nova realidade mais afinada com os nossos interesses.
* Flaviano é Dirigente do CES e militante do Partido Socialismo e Libredade - PSOL

Nenhum comentário: