segunda-feira, 19 de maio de 2008

As eleições em Santos - parte II

Como já podemos sentir pelas últimas semanas, a campanha para prefeito de Santos já começou. Partidos fecham alianças, contratam marqueteiros, procuram apoio em várias esferas da sociedade civil. O PSOL em Santos começa a questionar os interesses que estão por trás de uma eleição burguesa como a nossa. O arquétipo de Democracia que sustenta nosso modelo político pressupõe uma relação direta entre os representados (eleitores) e os representantes (eleitos). Já no primeiro artigo de nossa constituição há um parágrafo que institui: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. A segunda parte, o povo (representados) exercer o poder diretamente, como em plebiscitos por exemplo, pouco ocorre. Assim, efetivamente exerce o poder os representantes eleitos de dois em dois anos nas eleições. Realmente a uma relação direta entre os interesses de quem elege com o que é feito pela nossa classe política? Tomemos um exemplo.

A pré-canditada do PSB à prefeitura da Santos, Mariângela Duarte, nas eleições de 2006 em sua prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral diz ter arrecada e gastado R$ 401.154,29 para desenvolver sua campanha para deputada federal. Deste total R$ 188.751,40 foram doadas por grandes empresas do ramo petroquímico da região, como Braskem S.A, FOSFERTIL, ULTRAFERTI e UNIPAR, União de Indústrias Petroquímicas S.A, ou seja, algo em torno de 46% do total do montante arrecadado foi doado por empresas do ramo petroquímico da região. Partindo dos dados acima, você leitor acha que a mesma se eleita em 2006 iria reger seu mandato público para defender seus interesses de representado ou o interesse destas grandes empresas da região? A mesma teria coragem de propor uma lei contra os interesses de uma destas empresas? O fato ganha agravante se pensarmos que a região da baixada santista terá nos próximos anos um grande investimento na área Petroquímica devido as recentes descobertas relacionadas ao campo de Tupi.

É por isso que o PSOL não aceita recursos de empresas privadas e defende o financiamento público e igual a todos os candidatos, pois entende que um candidato ao receber recursos de empresas privadas acabará se tornando refém do lobby empresarial que as mesmas, sem dúvidas alguma, fazem e que isso prejudica o interesse público que deve balizar a ação de qualquer representante do povo no exercício do poder.

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