segunda-feira, 16 de junho de 2008

Ato contra as barragens sofre repressão policial


No dia 10 de junho de 2008, cerca de 600 militantes da Via Campesina e moradores do Vale do Ribeira ocuparam a sede do Grupo Votorantin, no centro de São Paulo, para protestar contra a pretensão do empresário António Ermírio de Moraes de construir quatro usinas hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape (último rio do estado de S.P sem barragens). A primeira em fase de licenciamento ambiental é Tijuco-Alto, se construída afetaria de forma direta 689 famílias e alagaria uma área de aproximadamente 11 mil campos de futebol entre áreas agricultáveis e de Mata Atlântica. Toda energia gerada seria destinada à produção de alumínio pela C.B.A / Companhia Brasileira de Alumínio, do grupo Votorantin, localizada a 280 Km da região.
A ação pacífica por parte dos movimentos sociais foi violentamente reprimida pela polícia militar, que enviou ao local um forte e truculento efetivo, com direito a tropa de choque, bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral, spray de pimenta, balas de borracha e uma farta distribuição de cacetadas, sem ao menos tentar o diálogo para uma desocupação pacífica. Após a repressão, o ato continuou do lado de fora saindo em marcha pelas ruas do centro, terminando na Praça da República.
A população do Vale do Ribeira está determinada a impedir a construção desse empreendimento que traria impactos ambientais irreversíveis e aumentaria as desigualdades sociais na região, afetando a cultura e a economia de comunidades tradicionais indígenas, quilombolas, ribeirinhas e caiçaras.
O PSOL apóia está luta, além da presença de sua militância nas ações diretas, no campo político foram construídos dois Projetos de Lei para o tombamento do rio Ribeira de Iguape: o primeiro de autoria do deputado estadual Raul Marcelo, transformando o rio Ribeira de Iguape em Patrimônio Histórico, Ambiental e Cultural, aprovado pela Assembléia Legislativa, com pareceres favoráveis das Comissões de Constituição e Justiça, e de Meio Ambiente, foi politicamente vetado pelo governador José Serra; o segundo foi recentemente apresentado pelo deputado federal Ivan Valente no congresso nacional, uma vez que o Ribeira de Iguape percorre pelos estados de São Paulo e Paraná.

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